Ela vivia bem, de rosas claras, verdes-limão, aquele dia a dia calmo - uma mansidão de dia a dia; mansidão dela. Suas rosas. Seus limões. Andando...
Hoje a borboleta pousou-lhe à janela. Bom dia, bom dia, bom dia - sorriso ia, se interessava demais - bom dia, das asas bonitas. Bom dia e os cílios piscarelantes. Bom dia através do vidro fino, fininho. Bom dia! Rosas claras. Bom dia! Verdes-limão.
Hoje a borboleta voou. Ela piscarelou e sorriu: ela volta! Voltou. Pousou-lhe à janela. E pousa sempre. E é sempre um dia bom - bom de bondade. É delicada. É pouca. É frágil. Que encantozinho arrebitado, o da vida!
( Juliana Gama )